Cadeias de suprimentos são estruturas delicadas. Se você considerar cada elo da cadeia como um possível alvo de ataque cibernético, fica claro que os hackers têm um cardápio e tanto para explorar.
Os índices de crimes cibernéticos em geral têm aumentando, e essa tendência também engloba aqueles que miram cadeias de suprimentos. Além de quadruplicarem desde 2020, os ataques digitais a cadeias de suprimentos estão cada vez maiores e mais graves. No início de 2023, um misterioso grupo de hackers fez centenas, talvez até milhares, de vítimas em um enorme ataque à cadeia de suprimentos que abusou de um modelo de software confiável da Microsoft para fazer o malware dos invasores parecer real.
Em um mundo cada vez mais digital, as cadeias de suprimentos são a tábua de salvação do comércio global, conectando perfeitamente fabricantes, fornecedores, distribuidores e varejistas. No entanto, toda essa conectividade traz consigo uma infinidade de riscos digitais que ameaçam a integridade e a segurança da cadeia de suprimentos. Os ataques cibernéticos a cadeias de suprimentos podem ter consequências devastadoras, desde paralisações operacionais até perdas financeiras e danos à reputação.
Vejamos os cinco principais riscos digitais enfrentados pelas cadeias de suprimentos hoje e as estratégias para mitigar essas ameaças.
1. Vulnerabilidades de terceiros
Um dos principais riscos digitais nas cadeias de suprimentos é a vulnerabilidade associada a fornecedores e parceiros terceirizados. As cadeias de suprimentos geralmente envolvem vários agentes externos, cada um com níveis variados de medidas de cibersegurança. Os criminosos digitais exploram esses elos mais fracos para obter acesso não autorizado a dados confidenciais ou para injetar malwares na rede da cadeia de suprimentos, geralmente mirando sistemas menos protegidos de fornecedores e prestadores terceirizados para atingir seus alvos finais.
Como lidar com isso:
As empresas devem realizar uma due diligence completa ao selecionar fornecedores, garantindo que eles atendam a rigorosos padrões de cibersegurança. Auditorias periódicas de segurança e obrigações contratuais podem ajudar a impor a conformidade e reduzir as vulnerabilidades associadas a terceiros.
2. Ataques de phishing e engenharia social
Ataques de phishing e táticas de engenharia social continuam dominando o cenário de ameaças digitais. Os hackers se passam por membros de confiança dentro da cadeia de suprimentos, enviando e-mails ou mensagens fraudulentas para levar os colaboradores a divulgarem informações confidenciais, como credenciais de login ou dados financeiros.
Como lidar com isso:
Treinamentos de conscientização dos colaboradores e a implementação de sistemas de filtragem de e-mails robustos são defesas importantes contra ataques de phishing. Incentivar uma cultura de ceticismo e ensinar os colaboradores a identificar comunicações suspeitas pode reduzir bastante o risco de golpes de engenharia social.
3. Violações de dados
De acordo com o relatório Custos de violação de dados da IBM, o custo médio de uma violação de dados em 2023 chegou a US$ 4,45 milhões. Isso é muito dinheiro para algo que acontece em uma fração de segundo. As violações são uma grande ameaça às cadeias de suprimentos, expondo dados confidenciais de clientes, registros financeiros e informações proprietárias confidenciais. Os hackers miram em pontos fracos da infraestrutura digital para obter acesso não autorizado e extrair dados valiosos.
Como lidar com isso:
A implementação de criptografia, controles de acesso e avaliações periódicas de segurança pode ajudar a proteger informações confidenciais. Além disso, as empresas devem ter um plano de resposta a incidentes para detectar, conter e mitigar prontamente o impacto de uma violação de dados.
4. Ataques de ransomware
As cadeias de suprimentos são alvos atrativos para ransomware por serem estruturas interconectadas e dependentes de trocas pontuais de dados. Os ataques de ransomware tornaram-se cada vez mais sofisticados, criptografando dados críticos e exigindo resgates vultosos em troca de chaves de descriptografia. O FBI agora tem alertado sobre ataques duplos de ransomware, nos quais a mesma organização é alvo mais de uma vez em rápida sequência.
Como lidar com isso:
Para mitigar o risco de ataques de ransomware, os stakeholders da cadeia de suprimentos devem atualizar periodicamente os softwares, empregar ferramentas robustas de cibersegurança e realizar backups periódicos de dados essenciais. É fundamental elaborar um plano abrangente de resposta a incidentes que abarque cenários de ransomware para minimizar o tempo de inatividade e os prejuízos financeiros em caso de ataque.
5. Paralisações da cadeia de suprimentos
Além dos ataques cibernéticos diretos, as cadeias de suprimentos são vulneráveis a paralisações causadas por ataques a infraestruturas importantes, como sistemas de transporte ou instalações industriais. Essas paralisações podem se difundir pela cadeia de suprimentos, causando atrasos, escassez e prejuízos.
Como lidar com isso:
As empresas da cadeia de suprimentos devem diversificar suas bases de fornecedores, analisar a postura de cibersegurança de fornecedores fundamentais e estabelecer planos de contingência para mitigar o impacto de possíveis contratempos na cadeia de suprimentos. Além disso, a colaboração é fundamental. As cadeias de suprimentos são basicamente grandes comunidades, e pensar nelas dessa maneira pode ser útil. Atue com seus parceiros e fornecedores para aumentar a resiliência coletiva e criar uma postura de riscos digitais.